quinta-feira, 2 de junho de 2011

A doida

Lá estava ela , a casa da doida , a única do quarteirão , no meio de um matagal , eu e meus colegas sempre que íamos tomar banho no rio lá perto passávamos por lá
para perturbar a doida . Toda vez pegávamos pedras e apostávamos quem atirava a pedra mais longe na casa da doida , atirávamos e logo após ouvíamos xingamentos , era ela que víamos através de uma janela quebrada e saíamos correndo .
Um dia passamos por lá com uma nova ambição , quem conseguiria atirar a pedra na chaminé da doida , um dos meus colegas atirou uma pedra , mas foi com pouca força , nem chegou perto , outro dos meus colegas , atirou outra pedra mas não conseguiu a pedra caiu no telhado quebrando uma telha , preparamo -nos para correr mas não ouvimos nada , pensamos que a doida não estava lá , então fizemos uma votação para saber quem ia entrar na casa , todos votaram em mim . Eu fui , empurrei o portão velho enferrujado que rangeu , e lá fui eu pé ante pé , quando cheguei na varanda , vi que tinha uma janela aberta , olhei para trás e não vi mais ninguém , mesmo assim , movido pela curiosidade , entrei lá dentro e vi móveis velhos e empoeirados , uma mesa , um guarda roupa e por trás dele uma cama , cheguei mais perto e na cama lá estava ela , a doida , deitada com uma expressão de sofrimento , acho que estava morrendo , mesmo com medo me aproximei , ela disse uma coisa qualquer que não entendi , ela apontou para um copo encima de uma mesinha , acho que estava pedindo água , enchi o copo pela metade e a dei , eu queria chamar um médico ou enfermeira , mas também não queria deixa-la então fiquei lá aguardando o que fosse acontecer .
autor ( Ruan Évislon )

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